Com a introdução das câmeras frontais dos smartphones, os auto retratos ou selfies ficaram incrivelmente populares e hoje em dia milhões de fotos são tiradas diariamente. Mas mesmo assim, porque nós tiramos tantas selfies? O neurocientista Joshua Sarinana responde:

Origem das selfies: elas são antigas

O auto retrato foi criado por São Dunstan, Arcebispo de Canterbury, no século 10 na Inglaterra. Ele pintou um auto retrato adorando a Jesus. Ou seja, isso aconteceu 1.200 anos antes da invenção da câmera. Hoje chamamos o auto retrato de selfie e como não é mais necessário filme fotográfico ou pinturas elaboradas, a foto pode ser tirada do celular e transformada em uma imagem global via mídia social.

Filosofia moderna: nossa habilidade de tirar selfies

O que nos diferencia de outras espécies no mundo é a consciência humana e a ideia de pensar sobre o pensamento, que é a filosofia do ocidente de hoje. Rene Descartes, o filosofo Francês, explorou a ideia de reconhecimento de nossa própria existência e daí criou a simples e profunda frase: “Penso, logo existo”.

Jean Paul Sartre, outro filosofo Francês, disse nos anos 1930 que como criaturas conscientes, sabemos que o futuro é imprevisível. A incerteza nos causa grande ansiedade e esse estado de consciência e vivência nos deixa mais ansiosos sabendo que não controlamos nem o futuro e provavelmente nem qualquer outra coisa.

O que nós podemos controlar?

Mesmo sendo em pixels, a selfie é uma maneira de termos um autoconhecimento e sabemos preservar isso. A selfie é como um espelho e mostramos essa imagem para o mundo todo do jeito que nós decidimos que pode ser vista. As selfies também nos guardam contra o medo de perder o controle sobre nossas mentes e vidas. Concluímos então, que as selfies são como um instinto natural que nos ajuda a diminuir a ansiedade.